Expectativas, realidades, ilusões e pesadelos...



É um tempo inimigo do relógio. Dentro de organizações complexas, um intruso da sociedade urbana, se instala. Existe um caos, que se aloja, toma conta de todos os seres. A pura racionalidade e o autocontrole é mãe da insanidade com a falta de lucidez. Destinada a percorrer entre as vias da selva moderna, causa destruição. Vem, avassaladora e derruba portões, destroí casas, prédios, retira as vidas que poderiam ser prósperas, em algum momento.

Dói, machuca, enlouquece, lhe vira a cabeça. Dilacera toda a esperança de um "novo tempo", já que esse, corre depressa - e não espera NINGUÉM. Não se adapta, não se molda, se desespera e ainda continua a não tolerar nem o maior dos miseárveis. Ele pune como um pai desnaturado, cruel e sórdido. Debochado, me despeja dias, horas, milésimos e segundos. Espera que eu o siga, mas eu, pobre menina, dona da inocência, me aproprio do medo, da desconfiança e do choro. Nem desapego, nem tenho sossego. Me viro e choro. Nunca vou poder compreender a dimensão desse eterno e ágil tempo. Vou correr contra o tempo, enquanto me canso e vejo ele rindo de mim. Não posso dizer que me acomodo nessa vida, porque ela não tem lugar confortável para mim. 

Além de existirem outra versões desta. Podem ser visualizadas, mas não modificadas. Injusta mãe que me mantém na linha, que me ensina sobre karma, que me ilude sobre as profecias. Se Nietzsche tinha razão, eu me iludo de qualquer forma e volto a um novo paradoxo. Se eu enforcar minha mãe ou impedir meu pai de me ordenar, volto a ser nada. Sem pensamento, sem loucura, sem ilusão, sem acalento. Me torno algo tão insuficiente  quanto minhas próprias expectativas. Não tenho sequer conhecimento, se as nossas almas voam a deriva, então minha ilusão/incerteza, logo se torna o motivo principal da minha permanência. Não gosto de insegurança. Nem de sombras, prefiro pisar em terra firme. Sentir um abraço, ver um sorriso, tocar as teclas desse teclado. Nada de realidade, nem pesadelo, nem de força do destino. 

Quero trilhar o caminho de uma menina crescida. Nascida no meio do caos, sobrevivente das ações desse destino, vive no seu próprio ritmo. Que dança alegre em cima de pedras lisas e firmes. Que se banha no rio da paz e de tranquilidade. Não pensa no clichê, mas reinventa suas próprias profecias. Pertence a si mesma, não se deixa perturbar pelos seus pais. Se rebela, porque não é eterna. Produz seu individual, porque não lida com o coletivo.


- Escrito por Bia Santos

Postar um Comentario

Comente algo interessante sobre isso!

Postagem Anterior Próxima Postagem